Augusto Boal


Augusto Boal

Fundador do Teatro do Oprimido, suas técnicas e práticas se propagaram pelo mundo nas três últimas décadas do século XX, sendo empregadas não só pelos que entendem o teatro como instrumento de emancipação política mas também nas áreas de educação, saúde mental e no sistema prisional.

Fonte: http://www.desvendandoteatro.com/grandesnomes

Augusto Boal

 Fonte: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/
Data de nascimento deAugusto Boal: 16-03-1931 Local de nascimento: (Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro) | Data de morte 02-05-2009 Local de morte: (Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro)
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Augusto Boal [no centro, sentado] ao lado dos atores de O Círculo de Giz Caucasiano , 1967 , Derly Marques
Registro fotográfico Derly Marques

Biografia
Augusto Pinto Boal (Rio de Janeiro RJ 1931 – idem 2009). Diretor, autor e teórico. Por ser um dos únicos homens de teatro a escrever sobre sua prática, formulando teorias a respeito de seu trabalho, torna-se uma referência do teatro brasileiro. Principal liderança do Teatro de Arena de São Paulo nos anos 1960. Criador do teatro do oprimido, metodologia internacionalmente conhecida que alia teatro a ação social.

Conclui o curso de química na Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, em 1950, e embarca para Nova York, onde estuda teatro na Universidade de Columbia. Cursa direção e dramaturgia, tendo John Gassner como um de seus mestres.

De volta ao Brasil em 1956, aos 25 anos, é contratado para integrar o Teatro de Arena de São Paulo, dividindo as tarefas de direção com José Renato, mentor artístico da companhia. Passa a exercer natural ascendência sobre os colegas, em função de sua vasta formação intelectual, responsabilizando-se, junto com José Renato, pela guinada no direcionamento do grupo. Investe na formação dramatúrgica da equipe, instituindo um Curso Prático de Dramaturgia. Aprofunda o trabalho de interpretação, adaptando o método de Stanislavski, ao qual teve acesso, através de sua experiência norte-americana, às condições brasileiras e ao formato de teatro de arena, resultando numa interpretação naturalista, até então não experimentada no Brasil. E, fundamentalmente, sua atuação é decisiva no engajamento do grupo na opção ideológica da esquerda brasileira, determinando a investigação de uma dramaturgia e interpretação voltadas para as discussões e reivindicações nacionalistas, em voga na segunda metade dos anos 1950.

Sua primeira direção na casa é Ratos e Homens, de John Steinbeck, que lhe rende seu primeiro Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes – APCA, como revelação de diretor de 1956.

No ano seguinte, segue-se Marido Magro, Mulher Chata, uma despretensiosa comédia de costumes sobre a “juventude transviada” de Copacabana, sua primeira incursão como autor. Boal consegue demonstrar domínio na técnica do playwriting americano, mas longe ainda de efetivar uma análise profunda da sociedade brasileira. No trabalho da encenação, em lugar do teatral, avança na busca do coloquialismo. Ainda em 1957, reincide na direção, agora com um texto de Sean O’Casey, Juno e o Pavão, que não alcança sucesso de público.

Em 1958, encena A Mulher do Outro, de Sidney Howard, agravando a crise já instalada no teatro da Rua Theodoro Baima pela seqüência de fracassos anteriores. Eles Não Usam Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri, dirigido por José Renato, salva o Arena da bancarrota, e o grupo ressurge como a grande revolução da cena nacional. Para seguir na investigação de uma dramaturgia própria, voltada para a realidade brasileira, Boal sugere a criação de um Seminário de Dramaturgia. As produções, fruto desses encontros, vão compor o repertório da fase nacionalista do conjunto nos anos seguintes. É importante notar que o país passa por uma valorização do “tudo nacional”, e que, em paralelo, avançam a Bossa Nova e o Cinema Novo.

Sob sua direção, estréia Chapetuba Futebol Clube, de Oduvaldo Vianna Filho, em 1959, segundo êxito nessa vertente. O texto investiga a operacionalidade de um pequeno time de várzea, revelando as trapaças políticas que rondam os campeonatos de futebol. Mais uma vez, os protagonistas da trama são de origem humilde. A direção de Augusto Boal é ágil, vigorosa, e ele afirma, através do texto do programa, ter substituído o realismo seletivo pelo realismo teatral, para melhor ambientar o universo proposto pelo autor e para atingir mais “energicamente” o espectador.

Ainda em 1959, dirige para o Teatro das Segundas-feiras, espaço aberto para experimentar os textos advindos do Seminário de Dramaturgia, Gente como a Gente, de Roberto Freire. No sentido de escapar aos estereótipos, de não tipificar o homem brasileiro, seja ele do Nordeste, do Sul ou do interior do Estado de São Paulo, é necessário uma ampla pesquisa de comportamento, ações, modos de falar, pelos atores da companhia.

Sua última direção de 1959 é A Farsa da Esposa Perfeita, de Edy Lima. Ambientado numa região fronteiriça do Rio Grande do Sul, o enredo gira em torno da recuperação da honra de um homem, através da condescendência de outro, em troca dos favores sexuais da esposa do primeiro – típica trama ligada à tradição farsesca.

Fogo Frio, de Benedito Ruy Barbosa, em 1960, ocorre numa produção conjunta entre o Arena e o Teatro Oficina, companhias que, nesse período, vivem intercâmbios constantes: Boal orienta um curso de interpretação para o elenco do Oficina; dirige para o grupo A Engrenagem, adaptação dele e de José Celso Martinez Corrêa do texto de Jean-Paul Sartre, e Antônio Abujamra dirige, no ano seguinte, José, do Parto a Sepultura, de Boal, com os atores do Oficina, que estréia no Teatro de Arena.

Ainda em 1960, seu texto Revolução na América do Sul, com direção de José Renato, o eleva ao posto de um dos melhores dramaturgos do período, lugar que já ocupa como encenador e ideólogo no panorama paulista. O texto inicia a investigação de uma forma não realista, mais próxima ao teatro épico de Bertolt Brecht. Trata-se de uma farsa-revista musical, inspirada nas tradições cômicas e populares, a serviço de um contundente protesto político-social. Boal aprofunda essa conexão entre teatro e agit-prop emPintado de Alegre, de Flávio Migliaccio, em 1961.

No mesmo ano, completando a fase nacionalista, Boal dirige O Testamento do Cangaceiro, de Chico de Assis, ainda uma abordagem dramatúrgica com base na literatura popular, com cenários e figurinos de Flávio Império e participação especial de Lima Duarte no elenco. A partir de 1962, o Arena inicia uma nova fase: a nacionalização dos clássicos. É nesse momento que José Renato sai da companhia e Boal torna-se líder absoluto e sócio do empreendimento. Encerra-se a leva de encenações dos textos produzidos no Seminário, que levara o Arena a um beco sem saída ao final de 1961, e o grupo modifica sua linha de repertório, retomando o interesse nas questões da cena propriamente dita. A qualidade dos espetáculos torna-se superior. Já em A Mandrágora, de Maquiavel, 1962, Boal volta a chamar a atenção como encenador. O espetáculo é apreciado não por suas intenções políticas, mas por seus valores estéticos: a boa carpintaria dramática, “o frescor da interpretação, maliciosa, irônica, positiva na sua mensagem”.

No ano seguinte, novamente acerta ao encenar O Noviço, de Martins Pena, divertindo a platéia com uma sátira bem-humorada do Brasil. Volta a colaborar com o Oficina, dirigindo Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams. A cenografia de Flávio Impériotransforma a espacialidade do teatro, e o elenco permanente, sob os auspícios do treinamento de Eugênio Kusnet, partilha do sucesso do empreendimento ao lado de atores mais experientes, como Mauro Mendonça e Maria Fernanda.

Em 1963, no Arena, segue-se O Melhor Juiz, o Rei, de Lope de Vega, cujo terceiro ato sofre adaptação radical, subvertendo o significado do original. E, última contribuição de Boal para o “rejuvenescimento dos clássicos”, Tartufo, de Molière, cartaz de 1964.

Assim que se efetiva o golpe militar, Boal vai ao Rio de Janeiro dirigir o show Opinião, com Zé Kéti, João do Vale e Nara Leão (depois substituída por Maria Bethânia). A iniciativa surge de um grupo de autores ligados ao Centro Popular de Cultura da UNE – CPC, posto na ilegalidade – Oduvaldo Vianna Filho, Paulo Pontes e Armando Costa reúnem-se no intento de criar um foco de resistência à situação. O evento torna-se sucesso instantâneo e contagia diversos outros setores artísticos (Opinião 65, exposição de artes plásticas no Museu de Arte Moderna, MAM/RJ, surge na seqüência), aglutinando artistas ligados aos movimentos de arte popular. Esse é o nascedouro do Grupo Opinião, que permanece combativo até 1968.

Retornando a São Paulo, encontra a equipe do Arena em torno do projeto de reconstrução do episódio histórico do Quilombo de Palmares. Com a experiência do Opinião na bagagem, Boal inicia o ciclo de musicais na companhia, integrando o coletivo de artistas em torno de uma nova linguagem. Ele, Gianfrancesco Guarnieri e Edu Lobo dão forma a Arena Conta Zumbi, encenado em 1965, primeiro experimento com o sistema coringa. Escolhido o recorte do tema, os locais de ação e as principais personagens, a cena ganha um aspecto de grande seminário dramatizado: oito atores revezam-se entre todas as personagens, teatralizando cenas fragmentadas e independentes, enquanto um ator coringa tem a função narrativa de fazer as interligações, como um professor de história que organiza uma aula e dá seu ponto de vista sobre os acontecimentos. O emprego da música torna-se um elemento essencial à linguagem do espetáculo, interligando as cenas, e enriquecendo a trama em tons líricos ou exortativos. O elenco é jovem e bonito, e tem a consciência de utilizar eventos passados para se fazer uma crítica ao presente. Zumbi confirma o Arena na liderança da pesquisa teatral e da luta contra o arbítrio vigente no país.

A bem-sucedida realização, sucesso de público, determina novas versões de Arena Conta…, que resultam na teorização do método. No mesmo ano, Boal escreve e dirige Arena Conta Bahia, direção musical de Gilberto Gil e Caetano Veloso, com Maria Bethânia e Tom Zé no elenco. Segue-se um texto seu e de Guarnieri, pelo Oficina, Tempo de Guerra, construído com poemas de Brecht, com Gil, Maria da Graça (Gal Costa), Tom Zé e Maria Bethânia, sob sua direção.

Em 1966 retoma os clássicos dirigindo O Inspetor Geral, comédia de Nikolai Gogol, uma montagem mal-sucedida. No ano seguinte, é a vez de Arena Conta Tiradentes, repetindo a fórmula criada dentro do grupo. O espetáculo é o resultado mais apurado do sistema coringa, centrado sobre outro movimento histórico da luta nacional: a Inconfidência Mineira. Não há o objetivo de retratar os fatos de forma ortodoxa e cronológica. A intenção é criar conexões constantes com fatos, tipos e personagens relativos ao movimento pré e pós-1964. Do ponto de vista da linguagem, busca-se criar uma empatia da platéia com a personagem de Tiradentes, o herói, através de uma interpretação realista, em contraponto a uma abordagem distanciada para os demais personagens, despertando o entusiasmo revolucionário e uma perspectiva crítica sobre os acontecimentos.

A música tem importância crucial nessa encenação, com direção musical de Theo de Barros. O refrão “de pé, povo levanta na hora da decisão” pontua toda a montagem, conclamando explicitamente a platéia na resistência à ditadura. Responsável pela unidade visual, Flávio Império, cenógrafo e figurinista da montagem, ajuda a conduzir a leitura da platéia na troca de personagens pelos atores através de signos que identificam as personagens.

Essa é a realização de Boal mais importante dentro do Arena em 1967, entre outras que chamam pouca a atenção. O Círculo de Giz Caucasiano, de Brecht, não passa da estréia. La Moschetta é mais uma bem-sucedida atualização de um clássico, sátira renascentista de Angelo Beolco, autor de um teatro cru e violento que se assemelha aos dramas de Plínio Marcos, autor recém-lançado no panorama paulista.

A Primeira Feira Paulista de Opinião, concebida e encenada por Boal no Teatro Ruth Escobar, trata-se de uma reunião de textos curtos de vários autores, depoimento teatral sobre o Brasil de 1968. Estão presentes peças de Lauro César Muniz, Bráulio Pedroso, Guarnieri,Jorge Andrade, Plínio Marcos e Boal. O diretor apresenta o espetáculo na íntegra, ignorando os mais de 70 cortes estabelecidos pela Censura, incitando a desobediência civil. Luta arduamente pela permanência da peça em cartaz, depois de sua proibição. No mesmo ano, segue-se Mac Bird, de Barbara Garson, transposição de Macbeth, de Shakespeare, para o universo norte-americano.

Com a decretação do Ato Institucional nº 5, em fins de 1968, o Arena viaja para fora do país, excursionando em 1969 e 1970 pelos Estados Unidos, México, Peru e Argentina. Boal escreve e dirige Arena Conta Bolivar, inédita no Brasil, que se soma ao antigo repertório.

Em seu retorno, com uma equipe de jovens recém-saídos de um curso no Arena, cria o Teatro Jornal – 1ª Edição, experiência que aproveita técnicas do agit-prop e do Living Newspaper, grupo norte-americano dos anos 30. A equipe denota vigor e talento, vindo a tornar-se o Teatro Núcleo Independente, grupo importante na periferia paulistana dos anos 1970.

A Resistível Ascensão de Arturo Ui, de Brecht, é a última incursão de Boal no coringa. Apesar de não acrescentar grandes novidades na linguagem do grupo, demarca a resistência à razão, em meio a tantas manifestações teatrais voltadas para o místico – sintoma das novas tendências que emergem no início da década.

Preso e exilado em 1971, Boal prossegue sua carreira no exterior, inicialmente na Argentina, onde permanece cinco anos, e desenvolve a estrutura teórica dos procedimentos do teatro do oprimido.

Torquemada, um texto seu sobre a Inquisição, é encenado em Buenos Aires em 1971, e TioPatinhas e a Pílula, em Nova York, em 1974. Muda-se para Portugal, fixando-se por dois anos, trabalhando com o grupo A Barraca, realizando a montagem ABarraca Conta Tiradentes, 1977. Lá escreve Mulheres de Atenas, uma adaptação de Lisístrata, de Aristófanes, com músicas de Chico Buarque. Finalmente, a partir de 1978 estabelece-se em Paris, criando um centro para pesquisa e difusão do teatro do oprimido, o Ceditade.

Em São Paulo, no mesmo ano, Paulo José dirige para a companhia de Othon Bastos Murro em Ponta de Faca, texto em que Boal enfoca a vida dos exilados políticos. Boal visita o Brasil em 1979 para ministrar um curso no Rio de Janeiro, retornando, no ano seguinte, juntamente com seu grupo francês, para apresentar o teatro do oprimido, já consagrado em muitos países da Europa e de outros continentes.

Somente em 1984, com a anistia, retorna ao Brasil, fixando-se no Rio de Janeiro, mas viajando para todo o mundo, onde aplica cursos e desenvolve atividades ligadas ao oprimido. Realiza encenações internacionais, ao longo e depois do exílio, em Nova York, Lisboa, Paris, Nuremberg, Wuppertal e Hong Kong.

No Brasil, após seu regresso, dirige o musical O Corsário do Rei, texto de sua autoria, com músicas de Edu Lobo e letras de Chico Buarque, em 1985; Fedra, de Jean Racine, com Fernanda Montenegro no papel-título, em 1986; Malasangre, de Griselda Gambaro, em 1987; Encontro Marcado, de Fernando Sabino, em 1989; e Carmen, de Bizet, sambópera de Boal, Marcos Leite e Celso Branco, 1999.

Lança vários livros teóricos sobre o seu fazer teatral, tais como: O Teatro do Oprimido e Outras Políticas Poéticas, 1975; 200 Exercícios para Ator e o Não-Ator com Vontade de Dizer Algo através do Teatro, 1977; Técnicas Latino-Americanas de Teatro Popular, 1979; Stop: C’est Magique, 1980; Teatro de Augusto Boal, vol. 1 e 2, 1986 e 1990; Jogos para Atores e Não Atores, 1988; Teatro Legislativo, 1996.Escreve dois textos autobiográficos, Milagre no Brasil, em 1977, e Hamlet e o Filho do Padeiro, em 2000. Sua atuação nessa década encontra-se voltada para o teatro do oprimido, ampliando as conexões entre teatro e cidadania.

Entre outros significativos títulos e prêmios angariados por Boal no exterior, destacam-se o Officier de l’Ordre des Arts et des Lettres, outorgado pelo Ministério da Cultura e da Comunicação da França, em 1981, e a Medalha Pablo Picasso, atribuída pela Unesco em 1994. Em 2009, é nomeado embaixador mundial do teatro pela Unesco.

Avaliando a abrangência de sua trajetória, o crítico Yan Michalski destaca: “[…] Até o golpe de 1964, a atuação de Augusto Boal à frente do Teatro de Arena foi decisiva para forjar o perfil dos mais importantes passos que o teatro brasileiro deu na virada entre as décadas de 1950 e 1960. Uma privilegiada combinação entre profundos conhecimentos especializados e uma visão progressista da função social do teatro conferiu-lhe, nessa fase, uma destacada posição de liderança. Entre o golpe e a sua saída para o exílio, essa liderança transferiu-se para o campo da resistência contra o arbítrio, e foi exercida com coragem e determinação. No exílio, reciclando a sua ação para um terreno intermediário entre teatro e pedagogia, ele lançou teses e métodos que encontraram significativa receptividade pelo mundo afora, e fizeram dele o homem de teatro brasileiro mais conhecido e respeitado fora do seu país”.1

Notas

1. MICHALSKI, Yan. Augusto Boal. In: ______. Pequena enciclopédia do teatro brasileiro contemporâneo. Rio de Janeiro, 1989. Material inédito, elaborado em projeto para o CNPq.

Augusto Boal

Fonte: Wikipédia
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Augusto Boal (16 de março de 1931 – 2 de maio de 2009) foi um diretor de teatro , escritor e político brasileiro. Foi o fundador do Teatro do Oprimido , uma forma teatral usada originalmente em movimentos radicais de educação popular. Boal serviu um período como Vereador no Rio de Janeiro de 1993 a 1997, onde desenvolveu o teatro legislativo . [1]

Foi diretor de teatro,dramaturgo e ensaísta brasileiro, uma das grandes figuras do teatro contemporâneo internacional. Fundador do Teatro do Oprimido, que alia o teatro à ação social, suas técnicas e práticas difundiram-se pelo mundo, de maneira notável nas três últimas décadas do século XX, sendo largamente empregadas não só por aqueles que entendem o teatro como instrumento de emancipação política mas também nas áreas de educação, saúde mental e no sistema prisional.

Família e estudos

Augusto Boal nasceu no subúrbio da Penha, Rio de Janeiro.[2] Filho do padeiro português José Augusto Boal e da dona de casa Albertina Pinto, desde os nove anos dirigia peças familiares, com seus três irmãos. Aos 18 anos vai estudar Engenharia Química na antiga Universidade do Brasil, atual UFRJ, e paralelamente escrevia textos teatrais.

Na década de 1950 enquanto realizava estudos em nível de Ph.D em Engenharia Química, na Columbia University, em Nova York,[3], estuda dramaturgia na School of Dramatic Arts, também na Columbia, com John Gassner, professor de Tennessee Williams e Arthur Miller. Na mesma época, assistia às montagens do Actors Studio.

Biografia  

Início da vida 

Augusto Boal estudou na Universidade de Columbia em Nova York com o crítico John Gassner. Gassner introduziu Boal às técnicas de Bertolt Brecht e Konstantin Stanislavski , e incentivou Boal a formar laços com grupos teatrais como o Black Experimental Theatre. Em 1955 Boal encenou produções de dois de seus próprios jogos o cavalo eo Saint e a casa através da rua . [2] Em 1956, pouco depois de se formar, Boal foi convidado a trabalhar com o Teatro Arena em São Paulo , sudeste do Brasil. [3] Boal foi encarregado de dirigir peças de teatro junto com outros dramaturgos como José Renato , que também foi o fundador do Teatro Arena. Foi aqui que começou a experimentar novas formas de teatro nunca antes vistas no Brasil, como o “sistema” de atores de Stanislavski , com o qual se familiarizou durante seu tempo em Columbia e quando esteve envolvido com o Actors Studio em Nova York. Boal adaptou estes métodos às condições sociais no Brasil, adotando uma abordagem esquerdista sobre questões relativas ao nacionalismo, que estavam muito em voga naquele período desde que o país acabava de passar por um longo período de ditadura militar. [4] [5]

Trabalho no Teatro Arena de São Paulo 

Ao trabalhar no Teatro Arena de São Paulo, Boal dirigiu uma série de dramas clássicos, que ele transformou para torná-los mais pertinentes para a sociedade brasileira e sua economia. Entre essas peças era John Steinbeck ‘s Of Mice and Men , conhecido no Brasil como Ratos e Homens. Esta foi a primeira apresentação de Boal como diretor no Teatro Arena de São Paulo. Os críticos aclamaram esta peça e Boal ganhou o Prêmio de Revelação de Direção da Associação de Críticos de Arte de São Paulo, em 1956. No início dos anos sessenta, os ratings no Teatro Arena de São Paulo começaram a cair, quase Fazendo com que o teatro vá à falência.Conseqüentemente, a empresa decidiu começar a investir em teatro nacional (peças escritas por dramaturgos brasileiros) como um movimento que poderia salvá-lo da falência. O novo investimento revelou-se um sucesso, abrindo o caminho para uma cena de teatro nacional. Boal então sugeriu a criação de um Seminário em Dramaturgia no Teatro Arena, que foi rapidamente implementado e logo se tornou uma plataforma nacional para muitos jovens dramaturgos. Muitas produções bem sucedidas nasceram deste Seminário e agora fazem parte do repertório da fase nacionalista do Teatro Arena do São Paulo. Uma dessas produções foi a Chapetuba Futebol Clube , escrita por Oduvaldo Vianna Filho em 1959 e dirigida por Augusto Boal. [6]

Exile 

Um novo regime militar começou no Brasil em 1964 com um golpe de estado apoiado pela elite brasileira, os industriais, os militares, bem como pelos Estados Unidos, [7]os ensinamentos de Boal foram controversos, e como ativista cultural ele foi Visto como uma ameaça pelo regime militar brasileiro. Em 1971, Boal foi sequestrada na rua, preso, torturado e, eventualmente, exilado na Argentina , [8] onde permaneceu por cinco anos. Durante esses cinco anos, Boal publicou dois livros: Torquemada(1971) e seu muito aclamado Theatre of the Oppressed (1973). Torquemada é sobre o uso sistemático do regime militar brasileiro de tortura na prisão. [9] Boal toma o nome da figura principal da Inquisição espanhola , Tomas de Torquemada como um exemplo de formas históricas de tortura sistemática. No Teatro do Oprimido Boal desenvolve um método teatral baseado na Pedagogia do Oprimido , um livro do educador e escritor brasileiro Paulo Freire (que também era um bom amigo de Boal). [10]

O método de Boal (que tem sido implementado em várias comunidades ao redor do mundo) procura transformar as audiências em participantes ativos na experiência teatral. Boal argumenta que o teatro tradicional é opressivo, uma vez que os espectadores geralmente não têm a chance de se expressar, e que uma colaboração entre as duas partes, ao contrário, permite aos espectadores realizar ações socialmente libertadoras. O método, como Boal gostava de explicar, procura transformar espectadores em “espect-atores”. [11] Quando o clima político no Brasil forçou Boal ao exílio em 1971, ele inicialmente foi para o Peru e depois para a Argentina, onde completou e publicou seu trabalho teórico seminal O Teatro do Oprimido e consolidou sua obra de teatro consientização Baseado na idéia do educador brasileiro Paulo Freire. [12] Os métodos de Freire foram uma revolta contra a abordagem elitista “de cima para baixo” para a educação e ele defendeu modelos de educação baseados na consciência crítica. O trabalho de Boal no Peru com o projeto ALFIN, um movimento que buscou usar uma variedade de linguagens, incluindo “linguagens artísticas” para erradicar o analfabetismo, desenvolveu suas idéias e metodologia longe do agit-prop de seu teatro brasileiro Como ferramenta pedagógica. Crucial para este tempo foi as tentativas de Boal para quebrar as divisões entre espectador e ator. Foi nessa época que inventou o termo “espectro-ator”, um termo que ele via como estabelecendo as estruturas dentro das quais ele desejava trabalhar. [13] Ele viu que a passividade do espectador poderia ser quebrada pelas seguintes etapas pelas quais o espectador se torna o espectro-ator: 1) Conhecer o corpo (por corpo ele quer dizer tanto o corpo individual como o corpo coletivo “No sentido marxista) 2) Tornar o corpo expressivo 3) Usar o teatro como linguagem 4) Usar o teatro como discurso

Depois de morar na Argentina, Boal viajou para outros países da América do Sul, como Peru e Equador , onde trabalhou com pessoas de comunidades pequenas e geralmente pobres que lidavam com conflitos como guerras civis e falta de atenção do governo. Boal era de opinião que somente os oprimidos são capazes de libertar os oprimidos. No Peru, Boal praticou seu método de teatro Fórum , no qual o espectador substitui o ator para determinar a solução para um determinado problema apresentado pelo ator, que também pode ser um problema real que alguém na comunidade está enfrentando. Boal também viveu em Paris, França, durante vários anos, onde criou vários Centros para o Teatro do Oprimido, dirigiu peças de teatro e também lecionou aulas na Universidade Sorbonne . Boal criou o primeiro Festival Internacional para o Teatro de Oppressed em 1981. [9]

Enquanto Boal estava no exílio, seu amigo muito íntimo eo músico brasileiro Chico Buarque escreveram -lhe uma carta que mais tarde resultaria no Chorinho chamado “Meu Caro Amigo ” ou “Meu Caro Amigo” (1976). Nesta canção, Buarque conta a seu amigo sobre a situação no Brasil na época, abordando a ditadura militar de uma forma muito sutil, mas inteligente (devido a questões de censura, muitos artistas não conseguiam se expressar livremente). [14] A melodia da canção é muito feliz e otimista enquanto as letras explicam:

Meu caro amigo, por favor, perdoe-me, se eu não posso lhe pagar uma visita, mas desde que eu encontrei alguém para levar uma mensagem, estou enviando-lhe notícias sobre esta fita. Aqui nós jogamos futebol, há muito samba, muito choro e rock’n’roll. Alguns dias chove, alguns dias é ensolarado mas eu quero dizer-lhe que as coisas aqui são consideravelmente escuras. Aqui, estamos rodando e lidando com a sobrevivência, e estamos apenas sobrevivendo porque somos teimosos. E todo mundo está bebendo porque sem cachaça, ninguém sobrevive a este aperto. [15]

Centro para o Teatro do Oprimido-CTO-Brasil 

Após a queda da ditadura militar, Boal retornou ao Brasil depois de 14 anos de exílio em 1986. Criou um grande Centro para o Teatro do Oprimido no Rio de Janeiro(CTO), cujo objetivo Foi para estudar, discutir e expressar questões relativas à cidadania, cultura e várias formas de opressão usando a linguagem teatral. O trabalho de Boal no CTO abriu caminho para a aprovação de uma nova lei que protege as vítimas de crimes e testemunhas no Brasil. [16] Grupo de Boal (Coordenador Artístico-Político Helen Sarapeck / Coordenador Político-Artístico: Geo Britto / Jokers: Geo Britto, Olivar Bendelak, Claudete Felix, Flávio Sanctum, Monique Rodrigues e Alessandro Conceição. Claudia Rocha, Kelly di Bertolli e Yara Toscano Assistentes Joker Janna Salamandra Consultoria de Imagem: Cachalotte Matos Gestão Financeira: Graça Silva Assessoria Jurídica: Victor Gabriel) tem trabalhado ao lado de numerosas organizações que lutam pelos direitos humanos . Em 1992, Boal candidatou-se ao conselho da cidade no Rio de Janeiro como um ato teatral, e ele foi eleito. A equipe de apoio de Boal foi seu grupo de teatro, com quem ele rapidamente desenvolveu várias propostas legislativas. Seu objetivo era resolver as questões que os cidadãos poderiam estar enfrentando em suas comunidades através do teatro, e também discutir as leis da cidade do Rio com as pessoas nas ruas. Depois de ter trabalhado para transformar espectador em autor no Teatro do Oprimido, Boal inicia o processo de movimento do teatro Legislativo , no qual o eleitor se torna legislador. Boal é conhecido por dizer que não criou leis arbitrariamente enquanto era conselheiro da cidade. Em vez disso, ele perguntou às pessoas o que elas queriam. Outros políticos não gostavam muito disso. Das 40 leis propostas por Boal, apenas 13 foram aprovadas durante seu mandato como vereador do Rio de Janeiro. Seu mandato terminou em 1996, mas continuou realizando atos de teatro legislativo com diferentes grupos em Brasília, onde mais quatro leis foram aprovadas mesmo depois que Boal partiu. Boal também trabalhou com prisioneiros no Rio e em São Paulo. Boal argumentou que as pessoas na prisão não são livres no espaço, mas que estão no tempo e que o Teatro do Oprimido se esforça para criar diferentes tipos de liberdade para que as pessoas possam imaginar e pensar sobre o passado, o presente e Inventar o futuro em vez de ter que esperar por ele. Tudo isso era para que os prisioneiros tivessem “um estilo de vida mais saudável e mais criativo”. Pessoas no Movimento Sem Terra ou Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Brasil também experimentou trabalhar com métodos de teatro de Boal. Julián, filho de Boal, trabalhou junto com seu pai e agora continua a levar o Teatro do Oprimido a várias comunidades no Brasil e em todo o mundo. Em março de 2009, recebeu o título de “Embaixador do Teatro Mundial” da UNESCO . [17]

Morte 

Augusto Boal morreu em 2 de maio de 2009 aos 78 anos no Rio de Janeiro. O crítico Yan Michalski argumenta que Augusto Boal é o mais conhecido e respeitado praticante de teatro brasileiro no exterior. [4]

Influências [ editar ]

Augusto Boal apresentando sua oficina sobre o Teatro do Oprimido . Riverside Church , 13 de maio de 2008.

A maior parte das técnicas de Augusto Boal foi criada depois de perceber as limitações do teatro didático, politicamente motivado nas áreas pobres onde ele trabalhava. Ele descobriu que suas tentativas de inspirar as pessoas que vivem em áreas pobres ou de “favelas” para se levantarem contra a desigualdade racial e de classe foram inibidas por seu próprio contexto racial e de classe, já que ele era branco e comparativamente financeiramente confortável. Suas novas técnicas permitiram que a idéia de rebelião eo impulso para a mudança viessem do grupo-alvo. Grande parte de seu trabalho inicial e ensino foi inspirado pela filosofia marxista , embora através de sua carreira ele não tinha sido restringido por isso e muito de seu trabalho agora cai dentro dos limites de uma ideologia de centro esquerda.

Paulo Freire foi uma grande influência nos ensinamentos de Boal. Ele e Freire tornaram-se próximos em anos posteriores.Quando Freire morreu, Boal disse: “Estou muito triste, perdi meu último pai, agora tudo que tenho são irmãos e irmãs”. [1]

Boal também é conhecido por citar William Shakespeare ‘s Hamlet , em que Hamlet argumenta que o teatro é como um espelho que reflete nossas virtudes e defeitos de forma igual. Embora Boal encontre essa citação bonita, ele gosta de pensar no teatro como um espelho no qual se pode chegar para mudar a realidade e transformá-la. [18]

Trabalhos publicados 

Teatro do Oprimido (Londres: Pluto Press, 1979) 

Indiscutivelmente trabalho mais academicamente influente de Augusto Boal [19] [20] [21] é o Teatro do Oprimido, em que o leitor segue análise detalhada de Boal dosPoética de Aristóteles e o início da história do teatro ocidental. Boal afirma que a ética aristotélica significa oprimir as massas, o povo, os trabalhadores e os espectadores em favor da estabilidade e do domínio contínuo de alguns privilegiados. Ele argumenta que o Tragi-drama , um estilo de drama fórmula que hoje pode ser considerado semelhante ao das novelas , ajuda o Estado a promover sua continuidade. Ele vê o governo brasileiro como um exemplo de um Estado opressor usando o teatro para propagar seu sistema opressivo. Ele então descreve suas primeiras teorias e práticas para tentar inverter o paradigma. Também fala sobre o jornal Theatre, tentando falar sobre os problemas locais e apresentá-lo ao público, o Forum Theatre, atualmente utilizado em mais de 70 países, Invisible Theatre, usado para discutir a atividade política e Image Theater. Theatre of the Oppressed foi traduzido para mais de 25 idiomas ao longo dos anos. [22] Boal também fala de teatro sobre Invisible em que um evento é planejado e roteirizado mas não permite que os espectadores para saber que o evento está acontecendo. Os atores atuam fora dos papéis comuns que convidam os espectadores a participar ou sentar e assistir. Um exemplo foi em um restaurante no Chiclayo hotel, atores Sáb em mesas separadas e informados os garçons em voz alta que não poderiam comer a comida. O ator declarou que a comida não era boa. O garçom diz que o restaurante poderia escolher outra coisa para comer. Então o ator escolheu um item bastante caro fora do menu e diz que ele será capaz de pagar por ele. O ator menciona que ele não tem dinheiro e que estaria disposto a trabalhar para isso. Este mapa fez outros diners começar a discutir o preço e tratamento dos trabalhadores neste hotel. Este ato permitiu que os espectadores pensassem sobre as edições que estavam indo sobre mas foram escovados sobre porque a edição não as envolvia diretamente. [23] O teatro analítico é quando um participante conta uma história e os atores improvisam. Cada personagem é dividido em todos os papéis sociais que eles poderiam seguir e os participantes escolhem um objeto para simbolizar o papel. Este aspecto do teatro permite que os participantes vejam como existem múltiplos papéis que uma pessoa poderia seguir. [23]

Jogos para atores e não-atores (Londres: Routledge, 1992; segunda edição 2002)

Este é provavelmente o livro mais influente de Augusto Boal, no qual ele estabelece uma breve explicação de suas teorias, principalmente através de histórias e exemplos de seu trabalho na Europa, e depois explica cada exercício de drama que ele achou útil em sua prática. Em contraste com o Teatro do Oprimido , ele contém pouca teoria acadêmica e muitos exemplos práticos para praticantes de teatro para usar mesmo se não praticar teatro que está relacionado com as idéias acadêmicas ou políticas Boal. Boal refere-se a muitos destes como “gamesercises”, como eles combinam o treinamento e “introversão” de exercícios com a diversão e “extroversão” dos jogos. Tem influenciado no desenvolvimento de práticas comunitárias de teatro e teatro em educação (TIE) em todo o mundo, especialmente na Europa e na América do Sul. Estes jogos incluem Carnival in Rio e Your Friend is Dead .

O Arco-íris do Desejo: O Método Boal de Teatro e Terapia . (Londres: Routledge, 1995) [ editar ]

Este livro reavalia as práticas comumente associadas com o Teatro do Oprimido para um novo propósito. Argumentou-se que Boal contradiz-se com esta tomada em seu trabalho, [24] porque se preocupa na maior parte criar a harmonia dentro da sociedade, visto que seu trabalho adiantado estêve concernido com rebelião e agitação. Boal afirma que, “O teatro é o combate apaixonado de dois seres humanos em uma plataforma.” [24] No entanto, os trabalhos de Boal podem ser vistos como uma progressão e exploração de uma visão de mundo da Esquerda, em vez de uma teoria unificada . No contexto dos sub-representados em uma sociedade, sua metodologia pode ser usada como uma arma contra os opressores. No contexto daqueles que, em uma sociedade, necessitam de catarse por sua própria integração, podem ser substituídos para capacitar esse indivíduo a quebrar as opressões internas que separam esse indivíduo da sociedade. As teorias têm sido úteis no campo pioneiro da terapia de drama e têm sido aplicadas por praticantes de teatro. Boal afirma em seu trabalho que existem três propriedades do espaço estético. Primeiro, é a plasticidade. Ele diz que se pode ser sem ser. Objetos podem adquirir significados diferentes, como uma cadeira antiga representando um trono de reis. Ele afirma que somente a contagem de duração ea localização podem ser alteradas. Segundo, é que o espaço estético é dicotômico e cria dicotomia. Esta idéia sugere que há um espaço dentro de um espaço. O palco está na frente do público eo ator está criando seu próprio espaço. Terceiro, é telemicroscópico. Esta idéia cria a idéia de que é impossível esconder no palco. Cada aspecto do espaço é visto e faz o close-up longe. [24]

Outros livros 

  • Teatro Legislativo: Usando Desempenho para Fazer Política . Londres: Routledge, 1998.
  • Hamlet eo filho do padeiro: minha vida no teatro e na política . Londres: Routledge, 2001.
  • A estética dos oprimidos . Londres: Routledge, 2006.

Reconhecimento 

Augusto Boal recebe o Prêmio Transfronteiriço pela Paz e pela Democracia . Abbey Theatre , 3 de abril de 2008.

Em 1994, Boal ganhou a medalha de Pablo Picasso do UNESCO, [25] e em agosto 1997, foi concedido o “prêmio da realização da carreira” pela associação do teatro no ensino superior em sua conferência nacional em Chicago, Illinois. Boal também é visto como a inspiração por trás do século 21 formas de desempenho-ativismo, como o “Optative Theatrical Laboratories”.

Boal recebeu o Prêmio Transfronteiriço de Paz e Democracia pelo Instituto de Tecnologia Dundalk em 2008. [26] [27] Boal tem influenciado muitos artistas em novas mídias com seus modos participativos de expressão, especialmente quando a World Wide Web se tornou Uma poderosa ferramenta de participação e comunicação. Exemplos notáveis ​​incluem Learning to Love You More , happenings e Steve Lambert ‘s Why They Hate US .

Ver também 

  • Drama Aplicado
  • Teatro comunitário
  • Paulo Freire
  • Teatro de reprodução
  • íconePortal de teatro

Referências 

  1. ^ Ir até:um b Pedagogia & Teatro do Oprimido: Uma Breve Biografia de Augusto Boal arquivados 02 de marco de 2009, no Wayback Machine .
  2. Jump up^ Eckersley, M. 1995. “Uma questão de estilo – O teatro de Augusto Boal”. Revista da máscara. Vol. 18 No. 3. Drama Victoria. Melbourne.
  3. Ir para cima^ BABBAGE, Frances. Augusto Boal . Routledge, 2004. ISBN 0-415-27325-0 ISBN 978-0-415-27325-1
  4. ^ Ir para:a b Enciclopédia Itau Cultural- Teatro- Biografia de Augusto Boal (em Português)
  5. Ir para cima^ O Palco. Informações biográficas Augusto Boal (em português). Arquivadoem 20 de novembro de 2014, naWayback Machine.
  6. Ir para cima^ Diretamente traduzido da página do Wiki de Augusto Boal em português.
  7. Ir para cima^ Skidmore, Thomas (1999). Brasil: cinco séculos de mudança . Nova York: Oxford University Press. P. 155. ISBN  0-19-505810-0 .
  8. Ir para cima^ “Cópia arquivada” . Arquivado do original em 2009-03-02 . Recuperado 2009-01-18 .
  9. ^ Salte até:a b “murio augusto boal, criador do teatro do oprimido”.
  10. Ir para cima^ http://www.spunk.org/texts/art/sp000338.html
  11. Ir para cima^ es: Teatro del Oprimido
  12. Ir para cima^ Babbage, F. 2004.Augusto Boal. Nova Iorque: Routledge.
  13. Jump up^ Eckersley, M. 1995. “Uma questão de estilo – O teatro de Augusto Boal”. Mask Magazine, vol. 18, N�3. Drama Victoria, Melbourne.
  14. Ir para cima^ Augusto Boal: candidato a Premio Nobel da Paz, mandioca.lelê
  15. Ir para cima^ http://www.lidous.net/2008/09/24/my-dear-friends/
  16. Ir para cima^ José Braz da Silveira, A proteção contra o crime organizado no Brasil
  17. Ir para cima^ Entrevista al brasileño Augusto Boal arquivados06 de julho de 2011, noWayback Machine.
  18. Ir para cima^ http://josekuller.wordpress.com/38-entrevista-com-augusto-boal/
  19. Ir para cima^ O Teatro do Oprimido: A Filosofia de Augusto Boal, por Kevin A. Harris Arquivadoem 26 de março de 2009, naWayback Machine.
  20. Ir para cima^ O teatro dos oprimidos, por Augusto Boal. UNESCO Courier, novembro de 1997.
  21. Ir para cima^ Empowering oprimido através de teatro participativo, por Arvind Singhal
  22. Ir para cima^ feed: //lainsoportablelevedaddelangel.blogspot.com/feeds/posts/default
  23. ^ Ir para cima:a b Wardrip-Fruin, Noah, e Nick Montfort. – Do Teatro do Oprimido. O NewMediaReader. Cambridge, Massachusetts: MIT, 2003. 339-52. Impressão.
  24. ^ Salte para:a b c Boal, Augusto. O arco-íris do desejo: o método Boal de teatro e terapia . Londres: Routledge, 1995. Imprimir.
  25. Ir para cima^ UNESCO. Dia Mundial do Teatro.
  26. Jump up^ Denis Cummins para fazer apresentação para Augusto Boal
  27. Ir para cima^ Augusto Boal desconectado na Abadia.

Vigilante, A. Vittoria P., Pedagogia da libertação: Freire, Boal, Capitini, Dolci. Foggia: Il Rosone, 2011.

Teatro popular

Boal preconizava que o teatro deve ser um auxiliar das transformações sociais e formar lideranças nas comunidades rurais e nos subúrbios. Para isto organizou uma sucessão de exercícios simples, porém capazes de oferecer o desenvolvimento de uma boa técnica teatral amadora, auxiliando a formação do ator de teatro.

Nobel

Augusto Boal foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2008, em virtude de seu trabalho com o Teatro do Oprimido.

Em março de 2009, foi nomeado pela Unesco embaixador mundial do teatro.

Morte

Augusto Boal morreu por volta das 2h40′ do dia 2 de maio de 2009, aos 78 anos, no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, por insuficiência respiratória. Boal sofria de leucemia.

Sobre a importância de Boal para o Teatro

Suas ideias, adotadas em diversas iniciativas em todo o mundo, renderam-lhe um reconhecimento que pode ser expresso nos seguintes comentários, que figuram no seu livro Teatro do oprimido e outras poéticas políticas (ISBN 85-2000-0265-X):

  • Boal conseguiu fazer aquilo com que Brecht apenas sonhou e escreveu: um teatro alegre e instrutivo. Uma forma de terapia social. Mais do que qualquer outro homem de teatro vivo, Boal está tendo um enorme impacto mundial” – Richard Schechner, diretor de The Drama Review.
  • Augusto Boal reinventou o teatro político e é uma figura internacional tão importante quanto Brecht ou Stanislavski.” – The Guardian.

Prêmios

  • 1962 : Prêmio PADRE VENTURA, melhor diretor – São Paulo
  • 1963 – Premio SACY, melhor diretor, São Paulo
  • 1965 – Premio SACY, São Paulo, Brésil
  • 1959-1965 – Vários prêmios de Associações de Críticos de Teatro do Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre e São Paulo
  • 1965 – Prêmio MOLIÈRE pelo espetáculo A Mandrágora de Machiavel – Brasil
  • 1967 – Prêmio MOLIÈRE pela criação do “Sistema Curinga” – Brasil
  • 1971 -OBIE AWARD para o melhor espetáculo off – Broadway. LATIN AMERICAN FAIR OF OPINION, EUA
  • 1981 – OFFICIER DES ARTS ET DES LETTRES – Ministère de la Culture, França
  • 1981 – Prémio OLLANTAY, de Creación y Investigación Teatral, CELCIT, Venezuela
  • 1994 – Prêmio CULTURAL AWARD da cidade de Gävle, Suécia
  • 1994 – Medalha PABLO PICASSO da UNESCO
  • 1995 – OUTSTANDING CULTURAL CONTRIBUTION – Academy of the Arts – Queensland University of Technology, Austrália
  • 1995 – PRIX CULTURAL – Institut Für Jugendarbeit – Gauting, Baviera
  • 1995 – THE BEST SPECIAL PRESENTATION – Manchester News – UK
  • 1996 – Doctor Honoris Causa in Humane Letters, University of Nebraska, EUA
    • TRADITA INNOVARE, INNOVATA TRADERE, University of Göteborg, Suécia
  • 1997 – LIFETIME ACHIEVEMENT AWARD, American Theatre Association in Higher Education, ATHE, EUA
    • – PRIX DU MÉRITE, Ministère de la Culture do Egito
  • 1998 – PREMI D´HONOR, Institutet de Teatre, Barcelona, Espanha
    • – PREMIO DE HONOR, Instituto de Teatro, Ciudad de Puebla, México
  • 1999 – Honra ao mérito. União e Olho Vivo. Brasil.
  • 2000 – Proclamation of the City of Bowling Green, Ohio. EUA
    • Doctor Honoris Causa in Fine Arts, Worcester State College, EUA
    • – Montgomery Fellow, Dartmouth College, Hanover, EUA
  • 2001 – Nominated (for July, 2001) DOCTOR HONORIS CAUSA in Literature, University of London, Queen Mary, UK
  • International Award for Contribution of Development of Drama Education „Grozdanin kikot“.
  • 2002 – Baluarte do Samba, homenagem da Escola de Samba Acadêmicos da Barra da Tijuca
  • 2005 – Comendador Governo Federal. Brasil.[5]
  • 2008 – Crossborder Award for Peace and Democracy.Irlanda[6]

Livros publicados

Em português

  • Arena conta Tiradentes. São Paulo: Sagarana,1967.
  • Crônicas de Nuestra América. São Paulo: Codecri, 1973.
  • Técnicas Latino-Americanas de teatro popular: uma revolução copernicana ao contrário. São Paulo: Hucitec, 1975.
  • Teatro do oprimido e outras poéticas políticas. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira. 1975.
  • Jane Spitfire. Rio de Janeiro: Codecri,1977.
  • Murro em Ponta de Faca. São Paulo: Hucitec, 1978.
  • Milagre no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.
  • Stop: ces’t magique. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.
  • Teatro de Augusto Boal. vol.1. São Paulo: Hucitec,1986.
  • Teatro de Augusto Boal. vol.2. São Paulo: Hucitec,1986.
  • O Corsário do Rei. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1986.
  • O arco-íris do desejo: método Boal de teatro e terapia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1990.
  • O Suicida com Medo da Morte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1992
  • Teatro legislativo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.
  • Aqui Ninguém é Burro! Rio de Janeiro: Revan, 1996
  • Jogos para atores e não-atores. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
  • Hamlet e o filho do padeiro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira – 2000
  • O teatro como arte marcial. Rio de Janeiro: Garamond, 2003.
  • “A Estética do Oprimido”. Rio de Janeiro, 2009, numa parceria entre a Funarte, o Ministério da Cultura e a Editora Garamond.

Em alemão

  • Ehemann mager, Frau flachl Verlag der Autoren, 1957.
  • Revolution auf südamerikanisch. Verlag der Autoren. 1960.
  • José von der Wiege bis zur Bahre. Verlag der Autoren, 1961.
  • Arena erzählt Zumbí. Verlag der Autoren, 1965.
  • Kriegszeit. Verlag der Autoren, 1967.
  • Theaterzeitung, Erstausgabe. Verlag der Autoren, 1970.
  • Das große internationale Abkommen des Onkel Sam. Verlag der Autoren, 1971.
  • Torquemada (entstanden während seiner Haft in Brasilien). Verlag der Autoren, 1971.
  • Mit der Faust ins offene Messer, ISBN 3-88661-035-7

Em dinamarquês

  • Lystens regnbue – Boals metode for teater of terapi, Drama, 2000.
  • Spil! – øvelser og lege for skuespillere og medspillere, Drama, 1995.
  • Teatret som krigskunst (O Teatro como arte marcial). Tradução de Niels Damkjær, 2004.

Em espanhol

  • Categorias de Teatro Popular. Buenos Aires: Ediciones Cepe, 1972.

Em finlandês

  • Draamaa ja teatteria yhteisöissä, Ventola&Renlund (toim.), 2005.

Em francês

  • Théâtre de l’opprimé. Éditions La Découverte, 1996.
  • Jeux pour acteurs et non-acteurs. Éditions François Maspero, 1978.
  • Pratique du théâtre de l’opprimé. Centre d’étude et de diffusion des techniques actives d’expression, 1983.
  • Stop ! c’est magique. Éditions Hachette, 1980.
  • Méthode Boal de théâtre et de thérapie. Éditions Ramsay, 1990.
  • L’Arc-en-ciel du désir. Éditions La Découverte, 2002.

Em inglês

  • Theatre of the Oppressed. Londres: Pluto Press, 1979.
  • Games for Actors and Non-Actors. London: Routledge, 1992.
  • The Rainbow of Desire. London: Routledge, 1995.
  • Legislative Theatre: Using Performance to Make Politics. London: Routledge, 1998.
  • Hamlet and the Baker’s Son: My Life in Theatre and Politics. London: Routledge, 2001.
  • The Aesthetics of the Oppressed. London: Routledge, 2006.

Norueguês (bokmål)

  • De undertryktes teater, 1974.
  • Games for Actors and Non-Actors, 1992.
  • The Rainbow of Desire, the Boal Method of Theatre and Therapy, 1995.

(Nota: Há duas formas oficiais do norueguês escrito em uso na atualidade, o bokmål (que literalmente significa língua dos livros) e o nynorsk (novo norueguês).

Suéco

  • De förtrycktas teater, tradução de Marianne Eyre & Loreta Valadares. Stockholm: Gidlund [Sweden], 1979.

Referências

  1. Ir para cima BOAL, Augusto. Les écrivains d’expression portugaise.
  2. Ir para cima O palco. Dados biográficos de Augusto Boal
  3. Ir para cima Pedagogy and Theatre of the Oppressed Conference 2007
  4. Ir para cima Enciclopédia Itaú Cultural. Teatro. Sistema Coringa
  5. Ir para cima Alguns prêmios recebidos por Boal (em francês)
  6. Ir para cima Augusto Boal unplugged at the Abbey April 3rd 2008

Ligações externas

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Sobre o Teatro do Oprimido